quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Camboja: sobre justica e minas terrestres

Em sequencia ao ultimo post, mais detalhes sobre o passado (presente) sangrento de Camboja.


Sobre justica: Lembra de uma tal de ONU, Tribunal Internacional da Justica, Direitos Humanos, patati-patata que ja vigorava com forca total em meados de 70? Chuta quem representou a nacao perante ONU ate 1991? O proprio - Pol Pot. Com isso, a Humanidade so se deu conta do ocorrido em 1997, com uma carta do primeiro-ministro de Camboja pedindo auxilio e intervencao da ONU no julgamento dos lideres do Khmer Rouge. Do alto dos seus 80 anos, os 4 lideres sobreviventes aguardam, velhos e doentes, seu julgamento final. Pol Pot livrou-se da Justica em Terra - morreu em 1998 vitima de um ataque cardiaco. Foi queimado numa pilha de pneus velhos na mesma zona rural onde escravizou, torturou, assassinou milhares de cambojanos. 

Sobre minas terrestres: Nao bastasse o rastro de sangue deixado pelos anos Khmer Rouge, centenas de cambojanos seguem morrendo ano apos vitimas de minas terrrestres ainda ativas. Camboja eh a primeira no ranking de amputados/mortos por minas terrestres do mundo. Estima-se que 600 Km de territorio permaneca contaminado e que algo entre 6 a 10 milhoes de minas seguem ativas (isso numa populacao de 14 milhoes de pessoas... Facam a conta.). Claro que os soldados que implantaram as bombas nao tem registros passiveis de rastreio. Com isso, o pais tem o grande (e caro) desafio de eliminar as minas terrestres em sua totalidade ate 2019, conforme tratado com a ONU. Sabem as 3 criancas do post anterior que fizeram meu dia feliz? O pai perdeu as 2 pernas vitima de uma mina ativa nas redondezas de Phenon Phen e comecou um lindo projeto de arte aos desabilitados fisicamente. Com o lema de "We don't beg, we work", eles tentam reescrever essa historia  triste e sangrenta com o colorido da arte. Lindo de se ver.

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