domingo, 4 de dezembro de 2011

Caótica India


O ar é denso. A poeira de um deserto próximo encarde os pés, os pulmões, os sáris coloridos. Vacas, camelos e elefantes pintados circulam pelas estradas, ruas estreitas e bazares. O cheiro de especiarias se mistura ao fedor do lixo a céu aberto. De tempos em tempos, o caos sonoro das buzinas dos rickshaws e música hindi é interrompido pelas badaladas das mesquitas. No lugar, um uníssono de fé mulçumana deixa as ruas vazias e, por minutos, esquece-se daquele caos já familiar.

Um homem de bigode toca cítara. Um homem de turbante encanta serpentes. Dois homens caminham de mãos dadas. Homens encaram mulheres; incomoda. Crianças observam atentas aquela raça estranha aos seus olhos arregalhados; encanta. Poucas mulheres na rua.

Os palácios de marajás. Os lagos de Udaipur. As fachadas rosas de Jaipur. Os tons de ocre de uma Jaisalmer camuflada pelo marrom árido do deserto ao fundo. Um pôr do sol no lombo de um camelo. Uma noite nas areias frias do deserto de Thar, fronteira com o Paquistão. As estrelas do deserto de Thar. Noites mal dormidas nos trens que recortam o país. Lassis, massala chais e  chapatis.  

Isso é Índia, isso é Rajastão. Entre o caos, o contraste, os extremos e hipérboles, esconde-se a região mais viva e pulsante que já pisei. 

Um comentário:

  1. não atualizou mais? que pena!
    sempre voltava aqui para ler e saber sobre o mundo...
    espero que retorne.
    abraços! fernanda

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