Entre caixas, pensamentos e emoções, revivo o melhor desses 8 anos de São Paulo. Relembro pessoas, locais e momentos que marcaram uma vida. Os melhores anos de uma vida... Bem vindos aos meus anos de São Paulo. Aos que fizeram parte dos meus dias paulistanos, tem um pedacinho de vocês no post a seguir.
Pelos anos de PUC: Manhãs, tardes e noites de cerveja de garrafa nos botecos da Ministro, melhores papos de uma vida na mureta, prédio velho vs prédio novo e enterro ao Capitalismo. Emoção ao primeiro batuque da bateria, 4 Economíadas e 1 PUC on the Beach. Tempos sem dinheiro de almoço no Mc e sobremesa no America. Sorvete Häagen-Dazs, Hans Dans ou Hugh Grant. Dias de hippie chic de fichário rosa da Guaraná Brasil, Rock n’ Roll de coturno, gata do surf e pati de bandana. Época de polêmica, de talvez sim, talvez não, de danças sensuais e fotos controversas. E uma garrafa de champagne ao fim da última aula de vida puquiana pra fechar os belos dias de faculdade.
Por uma vida noturna acelerada: Um Urbano “mano yo” versão saltos, pérolas e scarpan. IDch festa estranha com gente esquisita, pé descalço, gato (versão animal) no balcão, dança em forma de macumba e sem jamais provar a bebida do meu signo. Muitas tequilas no Diquinta pra apagar da mente uma 1ª noite estranha por lá (homens de preto descendo as escadas com velas nas mãos ecoando um mantra esquisito). Tardes de Pandoro regadas a caju amigo, noites de Bailinho e uma única Gambiarra. Bourbon St., Teta e Madeleine por um bom jazz (e um bom date). E falando em date (e dates que viraram papo de mesa de bar...): Morrison (!!!). Finnegan's, O Malleys ou All Black por um rock em clima british/irish com uma pint de Guiness na mão. E salve St Patrick's day! Tardes, fins do dia e noites de Vila Madalena. Incontáveis bares, pubs e achados etílico e um último achado Zona Oeste: Empório Sagarana. Do lixo ao luxo, de um passado decadente ao novo e eterno: Armazém, Pucci, Ásia, Grazie, Espaço Turiassu, Club Hotel, samba na praça Roosevelt, Traço, Ó, Fidalga33, Rancho do Serjão, Disco, Royal, Pachá, Secreto, Dorothy, Hot Hot, Alberta#3, Lions Club, Studio SP, Comitê, Drosophila, Squat, Exquisito, Radio Café... E uma lendária e inusitada noite na D-edge que só quem viveu pra compreender. Versão 2.0 até o sol raiar (leia-se meio dia)...
Por uma vida de música, cultura, experiências: Tardes de sábado na Praça Benedito Calixto. Manhãs de domingo nos parques. Jazz de domingo na feira de Omaguás. Tardes de domingo na Vila Madalena. Cafés nos Jardins. Cinemas de rua pra evitar o processo shopping. Livrarias, Museu da Língua, do futebol, Pinacoteca. Um 2008 recheado de tributos aos 50 anos da Bossa Nova, “Bossa na Oca” no Ibira e um curta do Carlos Nader que não me sai da cabeça. Uma Virada Cultural memorável ao som de Mariana Aydar, Orquestra Imperial, Gal canta Vinicius e a reprodução do show Alegria Alegria vol.2 de Wilson Simonal de 1967 na voz do filho Simoninha. Pocket show da Céu a 6 reais no belíssimo Teatro Municipal. Show intimista da Maria Rita no SESC-Pinheiros e a mega produção da turnê Infinito Particular da Marisa Monte. Herbie Hancock, Macy Gray e um dos melhores da vida na faixa, na chuva, na lama, no Parque Villa Lobos. The Wailers num tempo em que eu já sabia que Bob Marley não canta “Don’t worry, be happy”. Mais um show do Paul McCartney na vida que dispensa comentários. E na minha última semana de São Paulo, um achado que por anos ensaiei conhecer: Casa de Francisca, un pequeño café-teatro.
Pela gastronomia do mundo em uma cidade: Cozinha tradicional, contemporânea, cosmopolita, exótica, de rua, de boteco, de feira, caseira, veggie, junkie, brasileira, regional, internacional. Experiência pura, prazer puro. Um tortelli de pupunha, abóbora e melão do Maní. Um tarde de maridas em clima mineiro, culinária brasileira contemporânea no Vila das Meninas. O melhor brownie do mundo com sorvete de pistache no Skye. Um café da manhã orgânico no Parque da Água Branca. Almoços veggies sem hora pra acabar no experiência pura, Zym. Chocolate quente Du Jour. Parrilla em excesso e exagero do Don Curro. Hamburguer do Hobby Lanches. Tiramisu do Gero. Pão folha com zátar assado na hora do Saj, trio de pastas do Pita Kebab e coalhada seca do Arabesco. Um japonês tradicional escondido em Pinheiros. Brigadeiros gourmets da Maria Brigadeiro. Massa fresca ao molho de calabresa numa Kombi na esquina da Sumaré. Uma noite no Kaa que nem precisava de comida boa pra ser início de algo especial. Um último Skye que mais uma vez me rendeu distrações amorosas semanas antes de viajar. Um último sorvete de jabuticada da Taberebá às 3h da tarde de uma segunda-feira qualquer (tipo... hoje!).
Agradecimento àqueles que me adotaram nos domingos pros almoços de família, a 2 ou pra uma breja de café da manhã de domingo na Vila quando a saudade de casa - outra casa chamada Guaratinguetá - batia.
Por um apartamento de 30m2 que guarda histórias, momentos, lembranças: Momentos a um, a dois, a três, a sete. Sessões gourmets. Domingo a noite de maridas. Cerveja na sacada. Noite dos mascarados pré carnaval. Esquentas, amigos, amores. E na melhor companhia, uma última pizza acompanhada do apoio ao desapego final necessário pra se fechar um apartamento, uma ciclo, uma vida.
E é hora de partir.