Alguns fatos antes de descrever meus dias parisienses:
Fato 1: Tive meus dias de infância na Europa regados a Van Gogh e Monet, visitas extensas a museus, galerias e sebos (ter um pai acadêmico tem lá seus poréns...). Parece poético, mas acreditem, naquela época aquilo era muito chato! Imagino que após alguns episódios da minha irmã caçula sendo carregada de cavalinho ou empurrada numa cadeira de rodas aos prantos por não aguentar mais aqueles corredores recheados de cultura e conhecimento, meus pais entenderam que eu e meus 2 irmãos pequenos merecíamos férias de criança. E partimos para o fantástico mundo Disneyland nos arredores de Paris. Ledo engano... minha paixão por Paris falou mais alto do que os encantos pelo castelo da Bela Adormecida. E diz a lenda que passei meus dias de Disney levemente mal humorada por ter pisado em Paris e não ter conhecido a torre Eiffel.
Fato 2: Sou dessas pessoas que não têm a menor dificuldade de ir e vir sozinha. Moro sozinha. Adoro dirigir sozinha. Vira e mexe páro num café sozinha. Se precisar, vou ao cinema e almoço sozinha. Tenho uma vida repleta de um milhão de amigos que me impedem de fazer tudo isso sozinha, mas não tenho problema em momentos deliciosos de solidão.
Isso posto... Gente, como ninguém me avisou que, por mais independente que você seja, um sonho que você carrega desde a infância não pode absolutamente ser vivido sozinha?!
Numa tentativa em expressar a intensidade de emoções que senti em terra parisiense, resgatei um email descrevendo meu primeiro dia em Paris. Divido com vocês um relato íntimo, emocionado, entregue. Isso é adrenalina viagem, meus queridos... Bienvenue à Paris!
(PS: Licença para algumas correções ortográficas às quais não me atentei no calor da emoção do email original).
Achei. Achei minha cidade: Parriiiiiiii!
Acabei de chegar do dia mais feliz da minha viagem so far: Andei sozinha das 5 pm a 1 am esquema no plans, non stop na cidade mais encantadora. Vi um pôr no sol no Arco do Triunfo de tirar o fôlego. Fui e voltei na Torre Eiffel 2x e meus olhos enchem de lágrimas toda vez (e quero voltar todo dia e toda noite de novo enquanto estiver em Paris). Passei por alguns sightseeings sem querer, adorei as floriculturas, não achei nenhuma padaria pra comprar um bom queijo e uma baguette. Descobri um restaurante com a melhor vista da Torre, tomei champagne e comi um peixe com cogumelo. E comi crepe de chocolate no gramadinho em frente à Torre hoje a tarde.
Adorei os franceses, acho que eles gostaram de mim... Estão me tratando super bem, até ganhei uma taça extra de champagne hoje no bar. Conheci uma francesa de Nice no metrô que me fez jurar que vou provar um tal de Moca/moka da terra dela (entendi q eh uma receita tipo um mousse de grao de bico... preciso dar um google), um casal do Texas e é a 1a vez que o senhor sai do US (eles deixaram o cartão pessoal deles caso eu me sinta sozinha...). As pessoas estão tão assustadas quanto eu com a idéia de estar sozinha em Paris... E...POR QUE NINGUEM ME AVISOU QUE ESSA EMOÇAO PARISIENSE EH FORTE DEMAIS PRA SER VIVIDA SOZINHA? Não digo só de romance... (ok, essa cidade é bemmmm romântica!)... Poderia ser minha irmã, meus pais, uma amiga querida. Estou escrevendo esse email pra absorver tudo que foi meu dia e livrar esse apertinho de pensar q vivi tudo isso sozinha (to chorando de pensar nisso.... to num estado pós euforia.... rs).
Acabei de conhecer uma australiana querida bem meu esquema e vamos ao Museu D'orsay amanhã cedo. E estou pensando em fazer um walking tour amanhã a tarde pra ouvir um pouco de História da França. A arquitetura e cenário são lindos, majestosos e por si já me encantam. Mas quero saber (relembrar) um pouco da História de cada lugar.
ABSOLUTELY HAPPY!!!!!!!
Voilá! C'est fini, Paris!
PS: Prometo um relato menos emoção e mais informativo no próximo post, deal?
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